Saúde Animal
Epilépsia
A epilepsia é uma patologia caracterizada por crises convulsivas, que se repetem no tempo, com uma duração que pode ir de uns segundos a vários minutos. Geralmente é encontrada em animais entre 1 a 5 anos de idade, sendo mais frequente entre os 2 – 4 anos. Algumas raças tais como Beagle, Labrador, Collie, entre outras, podem possuir algum carácter hereditário no aparecimento de epilepsia.
Os quadros convulsivos podem ter diversas origens, como sejam as intoxicações por venenos organofosforados,a ingestão de plantas tóxicas, os traumatismos cranianos, os tumores intracranianos, a falta de cálcio no sangue (hipocalcémia), a falta de açúcar no sangue (hipoglicémia), ureia a mais no sangue, etc., etc.. Neste tipo de convulsões, conseguindo-se resolver o problema que as provoca, o cérebro pode recuperar e elas não voltarem a acontecer.
Na epilepsia a crise convulsa caracteriza-se, como foi dito, por ser repetitiva. Podem e devem ser controladas, como acontece nos humanos, havendo necessidade do animal ser medicado para o resto da vida por um médico veterinário após alguns exames que excluam as outras eventuais causas de convulsões. Quer-se com isto dizer, que não há um exame/análise que defina que a convulsão ou convulsões são epilepsia ou não.
As crises epilépticas caracterizam-se por uma fase inicial em que o animal mostra muito nervosismo, inquietude, ladrando para o fundo do corredor ou para o canto de uma sala como se estivesse a ver ou perssentir algo, salivação excessiva, tremuras, tremores, parecendo por vezes estar a “bater o dente de frio”. Com frequência o animal volta ao normal passado pouco tempo, não alertando o dono menos informado para o que se passou.
Noutros casos, a situação evolui para uma crise convulsiva intensa, com contraturas involuntárias dos músculos, perda de consciência, defecação e micção involuntárias, movimentos em círculo, agressividade, mesmo para com os donos. Estas crises podem durar pouco tempo, como também persistirem por períodos de mais de 5 minutos, o chamado status epilepticus, situação grave que necessita de apoio Médico-Veterinário imediato, pois pode levar à morte do animal. O animal não tem dores durante o ataque.
De nada adianta esfregar com álcool a zona cardíaca ou molhar-lhe a cabeça. É recomendável apenas que evite que ele se aleije, colocando uma toalha por baixo da cabeça ou, se estiver junto a escadas, não o deixar cair, por exemplo. Não coloque a sua mão na boca do animal para “puxar a língua” pois pode ser sujeito a uma mordedura grave.
O animal não tem dores durante o ataque.
No fim do ataque convulsivo o animal vai recuperando gradualmente demonstrando desorientação, cansaço, alguma agitação. Esta recuperação pode ser mais ou menos demorada e convém nesta altura apenas acalmá-lo, chamando-o pelo seu nome, evitando ruídos e luminosidade intensas.
Evidentemente, depois da convulsão terminar, deve ir ao seu Médico Veterinário assistente para que o aconselhe e oriente sobre os exames a efectuar e a medicação a fazer. No caso do status epilepticus, deve levá-lo o quanto antes a um Médico Veterinário, transportando o animal em cima de uma toalha de banho ou cobertor.