Saúde Animal
Dirofilariose
A Dirofilariose (doença da lombriga do coração) é uma doença parasitária muito comum nos países da bacia mediterrânica, que atinge cães e gatos, afectando com especial incidência os canídeos da nossa zona de implantação, o Algarve. Você não a vê, mas ela mata.
O que é a lombriga do coração?
É uma doença parasitária que afecta diversos animais, sendo o cão o mais vulnerável, mas podendo atingir também o gato, o furão, etc.
Os parasitas são inoculados nos cães e gatos por picada de mosquitos infectados, vindo a alojar-se no coração e artérias pulmonares, sobrevivendo dos nutrientes que tiram do sangue. No estado adulto alcançam dimensões da ordem dos 20 a 30 cm, podendo encontrar-se vários parasitas num só animal.
O que acontece se o meu companheiro for afectado?
Os parasitas, uma vez instalados, provocam evidentemente perturbações à circulação do sangue e, com a produção de milhares de microfilárias (filhotes) pelos adultos, produzem-se lesões graves em diversos órgãos internos que podem ocasionar a morte do animal.
Como é que o meu cão ou gato podem apanhar a doença?
Como se disse, sendo picado por um ou vários mosquitos infectados por ingestão de microfilárias aquando da alimentação de um outro animal infestado.
No nosso Hospital Animal do Sul aconselhamos sempre o rastreio e prevenção desta doença a todos os canídeos e o despiste nos felinos sempre que haja suspeitas.
Existe tratamento para a Dirofilariose?
Sim. Felizmente, a maioria dos animais que são afectados pela doença podem ser tratados com sucesso. O tratamento é, no entanto, algo complicado e dispendioso e não é isento de riscos para ele.
Portanto, é sempre preferível e mais económico fazer a prevenção, para além de você lhe evitar sofrimentos desnecessários e de não lhe colocar a vida em risco.
O protocolo que utilizamos normalmente no Hospital Animal do Sul consiste na aplicação de duas injecções em dias sucessivos, que se destinam a matar os vermes adultos, havendo necessidade de bastante repouso nas duas semanas seguintes. Estas duas semanas são o período de maior risco para o seu amigo. Cerca de 3 a 5 semanas depois deste tratamento, o animal tem de ser novamente medicado para eliminar as microfilárias (filhotes) do seu sangue. Evidentemente que há outros tratamentos complementares que lhe serão ministrados na altura e que seria despropositado falar deles aqui.
Após um período a indicar pelo seu Médico Veterinário Assistente, deve voltar a fazer um teste ao sangue do seu amigo para confirmar a eficácia do tratamento instituído. Sendo o resultado demonstrativo de que o seu companheiro já está livre dos vermes, deverá iniciar a prevenção, evitando nova infestação.
Quais são os sintomas?
Os sintomas são pouco evidentes inicialmente e passam facilmente despercebidos aos olhos do dono. Quando a doença já está bastante adiantada, os sinais mais frequentes são a perda de peso sem razão aparente, uma tossezita ligeira e esporádica, apesar de persistente e, se o animal não for tratado, intolerância ao exercício (cansaço exagerado), perda de apetite, tosse crónica, abdómen dilatado, apatia e anemia.
A morte surge muitas vezes durante o exercício por colapso cardíaco/circulatório e respiratório.
A maioria dos proclamados envenenamentos de cães de caça durante o acto venatório são apenas cães que morrem na sequência destes colapsos provocados pela Dirofilariose.
"Sr. Caçador, não deixe de fazer o despiste e prevenção desta doença nos seus cães".
Que posso fazer se desconfiar que o meu animal tem dirofilariose?
Deverá dirigir-se ao seu Centro de Atendimento Médico Veterinário e apresentar as suas suspeitas ao Médico Veterinário que o assistir.